PROFESSORA DE SÃO JERONIMO DA SERRA É DESTAQUE NA FOLHA DE LONDRINA - A vitória da educação

Naila Menezes de França Mota atravessou o Rio Tibagi durante oito anos em barco a remo para estudar; com o esforço, conseguiu concluir dois cursos superiores e já pensa em fazer o terceiro.


Professora passou a infância na zona rural de São Jerônimo da Serra


"Educação é coisa muito séria. Quero ser a melhor profissional possível", destaca Naila Mota


Em maio de 2003 as páginas da FOLHA foram ilustradas com uma impressionante história de superação em busca de educação. Naila Menezes de França Mota, na época com 14 anos de idade, todos os dias atravessava o Rio Tibagi, em um barco a remo, para estudar em Paiquerê, distrito na zona sul de Londrina. 
Moradora de uma fazenda do outro lado do rio, já no município de São Jerônimo da Serra, a menina tinha que fazer a travessia porque era mais fácil chegar a Paiquerê, utilizando o sistema de transporte da Prefeitura de Londrina - uma Kombi já a aguardava perto da margem do Tibagi - do que chegar a uma escola rural de São Jerônimo da Serra. 
Durante os oito anos do ensino fundamental Naila enfrentou essa vida de travessias, estudando os quatro primeiros no Patrimônio Guairacá e o restante em Paiquerê. 
Acordava de madrugada, amassava barro nos dias de chuva, engolia poeira no tempo de seca, utilizava cavalos e até um trator para chegar de sua casa ao Tibagi. No caminho entre o rio e o transporte, tomou carreirões de vacas, subiu em árvores para escapar de cachorros bravos, assustou-se com serpentes e jacarés, teve medo de assombração, mas não desistiu. Sonhava ser professora. 
Da mesma forma não desistiram do sonho da filha, que também era o deles, os pais de Naila: José Pedrosa Mota e Angelita de França. Moradores a vida toda da zona rural e com a incumbência de desde muito cedo trabalharem na roça, os dois queriam dar aos filhos a oportunidade de estudar que não tiveram. 
Administrador da fazenda de 200 alqueires que serve à criação de gado, José Mota programava a sua rotina de forma que estivesse sempre livre nos momentos de remar de um lado para o outro do Tibagi. "A Naila só não ia à escola quando não dava mesmo, em dias de temporais. Se vinha chuva, mas era mansa, ela ia do mesmo jeito. Muitas vezes enfrentamos o rio com correntezas", recorda-se o pai. 

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